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A campanha Maio Laranja promove uma conscientização, ao longo de todo o mês, sobre o enfrentamento e a prevenção ao abuso e à violência sexual de crianças e adolescentes. Um dos focos da ação é o combate à violência no ambiente virtual, um dos espaços onde mais ocorrem agressões, como mostram dados da Pesquisa Nacional da Situação de Violência Contra Crianças no Ambiente Doméstico, realizada pela organização não-governamental (ONG) ChildFund Brasil. Qualquer criança ou adolescente pode ser alvo de abuso e exploração online, especialmente com o uso massivo da internet por meio de celulares, tablets ou computadores.
As crianças acessam a web cada vez mais cedo e de maneira mais intensa. A pesquisa TIC Kids Online Brasil, realizada pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) apontou que 88% das crianças e adolescentes entre 9 e 17 anos que usam a internet no Brasil possuem pelo menos um perfil nas redes sociais, sendo que 78% dos entrevistados possuem smartphone e 53% acessam a internet pelo celular.
E os riscos no ambiente virtual são enormes. Segundo a Safernet, que atua no combate à violência e a exploração sexual contra crianças e adolescentes na internet, foram registradas 111.929 denúncias de crimes envolvendo fotos e vídeos de violência sexual contra crianças no Brasil em 2022. Isso representa um aumento de 9,91% em relação ao ano anterior. Sendo que em 2021 e 2020 também já havia ocorrido um número maior de denúncias.
“A prevenção da violência contra crianças e adolescentes no ambiente online é urgente, pois a soma do uso intensivo de tecnologias e dos recursos de inteligência artificial pode ser extremamente perigosa para crianças e adolescentes”, explica Maurício Cunha, diretor de país do ChildFund Brasil. Ele diz que abusadores e outros criminosos utilizam a ingenuidade e a falta de conhecimento desses jovens de maneira cada vez mais sedutora e sofisticada.
Práticas como grooming e sexting são exemplos de práticas que expõem as crianças de forma perigosa. O termo grooming se refere ao aliciamento de menores através da internet com o intuito de assediar ou abusar sexualmente da criança no ambiente virtual. Já o sexting está relacionado ao ato de filmar ou tirar fotografias de si próprio com conteúdo sexual, erótico ou pornográfico e enviar estas imagens ou vídeos a uma pessoa supostamente de confiança por celular ou outro dispositivo eletrônico. Embora essa seja uma prática comum, quem recebe e compartilha as imagens pode viralizá-las sem o consentimento da outra pessoa. Quanto maior esse movimento, mais exposição o autor das imagens terá. Há também a possibilidade de hackear as informações pessoais do autor das fotos e vídeos.
Orientações para familiares e cuidadores*
Mudanças de comportamento
A cartilha também alerta para a importância de prestar atenção às mudanças de comportamento das crianças e dos adolescentes. Caso eles apresentem sinais de medo, ansiedade, angústia ou isolamento, os familiares ou cuidadores podem conversar para identificar se há algum incômodo durante o uso da internet.
É importante se mostrar disponível para que crianças e adolescentes saibam a quem recorrer se forem vítimas de violência ou outras situações incômodas na internet. “O ideal é que os cuidadores se informem sobre a gravidade e prevenção do abuso e exploração sexual on-line de crianças e adolescentes e mantenham um canal aberto de diálogo constante. Muitas vezes, os adolescentes têm suas dores negligenciadas devido a conturbadas fases emocionais características dessa fase e o que poderia ser prevenido se transforma em um grande problema para toda a família. Eles precisam ser ouvidos e acolhidos”, conclui Maurício.
*Cartilha elaborada pela ONG ChildFund Internacional.
Texto: Canguru News
Crédito de foto: Acervo Canguru News
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